sexta-feira, 22 de março de 2013

Todo poeta tem um amor problemático
Que perdura pela vida
Um câncer assintomático
Uma vida inteira pra ser diagnosticado
Como morte
Da sorte
É feito um corte
Entre o peito e o feito
Que foi desfeito e refeito
Muitas vezes, umas treze
Ao longo do que alguns chamam educadamente
De história de amor
E ele que nasceu pra escrever a beleza da dor
Faz sair mel desse tumor
O que é digno de um exímio sofredor
A vida da mais uma chance pra essa doença
Que o poeta através da arte faz sobreviver como crença
Passando por séculos sem desfalecer

terça-feira, 12 de março de 2013

Eu sinto, mas...

Enquanto a nostalgia vem à mente...
Eu volto da cidade vendo a lua me assistir
Eu sei o meu terminal
O barro da rua
A lama do bairro

Sento na calçada
E vejo a vida passar
Penso no passado e já posso afirmar:
                                                         Casa caiada, não sou mais quem fui
                                                         Sinto perigo em qualquer lugar.

                                                                            Mombojó

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ontem eu encontrei um ex meu e, educadamente, fui cumprimentá-lo. Sabe o que ele fez? Ele não respondeu. Ele simplesmente fez uma cara de superior, que há tempos ele sempre faz quando me vê. E isso ficou engasgado, sabe? Não por conta da situação em si, mas essa mania das pessoas de se enganarem é que me deixa pensando e retomando o pensamento.
O cara foi um cachorro comigo, fez coisas que um, pelo menos, "amigo" de anos não faria. Mas tá, tudo bem, eu resolvi relevar todo mau caratismo envolvido na história amorosa. A pergunta que fica é: quanto custa ser humilde? Será que é tão caro assim pro orgulho e pra boa imagem ao menos respeitar quem foi generoso e companheiro com você um dia em sua vida? Eu fiquei me perguntando, será que eu tomo essa atitude também pra esconder os meus erros? Será que eu prefiro vestir essa máscara de superioridade, de me dizer igual a todo mundo, ou até melhor, do que ter a humildade de aceitar que não sou pura e bondosa como todo mundo acha?
Olha, não sou a gata mais legal do mundo, quando eu não quero conversar, eu também não converso. Mas só se eu tiver motivos reais pra isso, não tenho motivos inventados só pra não ferir a minha conduta. Se não converso é pra evitar aumentar uma ferida, é pra pensar: bom, agora eu sigo minha vida sem o que não faz mais falta. Mas eu acho que meu orgulho vai só até aí. Eu espero que vá. Há tempos eu ando batendo na mesma tecla: eu quero evoluir. E quero mesmo. Vou continuar não ficando calada, vou tentar ser grata a quem um dia me fez aprender a ser melhor, vou excluir pensamentos alheios que dizem que eu devo ser superior quando na verdade o que eu devo é ser eu mesma. Sem máscaras.